Marques de Souza – Os riscos envolvendo uma viagem até Lajeado, Estrela e ou Arroio do Meio têm preocupado os vereadores de Marques de Souza após a decisão do governo do estado em deixar de repassar verba para partos aos hospitais de pequeno porte. A decisão tem intenção de concentrar os procedimentos em hospitais de referência e reduzir a taxa de mortalidade entre os nascidos.
Em contrapartida, o vereador Rubens Heineck questionou a decisão devido ao risco em transportar as gestantes até municípios vizinhos, com a possibilidade de complicações durante o percurso, seja no procedimento, na estrada precária, ou na possibilidade de a criança nascer no próprio transporte. “As gestantes que fizerem o parto pelo Sistema Único de Saúde devem ser encaminhadas, obrigatoriamente, pelo município. Pergunta-se então, como os municípios que não podem realizar partos pelo SUS vão colocar uma gestante no risco de deslocamento? Onde está a humanização do atendimento?”, questiona Heineck.
Para o vereador, acatar com as mudanças exigidas pelo governo estadual exige que os municípios disponham de mais recursos para a aquisição e movimentação de ambulâncias, além de submeter as gestantes aos riscos das estradas em mau estado de conservação. “Precisamos lembrar que diariamente os municípios encaminham pacientes para a realização de cirurgias e atendimentos especializados em diversas instituições, formando filas de pacientes”, reflete Heineck.
A moção de repúdio lida na última sessão da câmara de vereadores, 26, e enviada ao governador gaúcho e à Secretaria Estadual da Saúde, também questiona o fato de os médicos dos outros municípios não conhecerem o histórico das futuras mães. “O pré-natal é feito no município de origem da mãe, então na hora do parto, além de correrem o risco de o bebê nascer no caminho do hospital sem atendimento de obstetra e pediatra, ainda precisam se submeter ao atendimento de profissionais plantonistas que nem sequer conhecem o histórico dos pacientes”, finaliza.
Texto: Victória Lieberknecht/ Conte Comunicação